Foto extraída de http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=680590
Por LÉO MENDES
Rio Claro, a Cidade Azul, de clima agradável, bem localizada, aconchegante, enfim, tudo aquilo que nós já estamos carecas de saber (pelo menos eu literalmente...) que é necessário ser falado externamente para promover nossa cidade. Estive pensando, por esses dias enquanto trabalhava, o por quê de muitas vezes, nosso esporte sofrer com um complexo de inferioridade em relação ao que é praticado em outras praças, sendo que nosso potencial é extremamente promissor, tanto no âmbito profissional, quanto no âmbito amador?
Fiz um pequeno levantamento que apresento à você, caro leitor, referente à situação, em termos de resultados, de algumas equipes e atletas de nossa comunidade. Vamos lá:
- Vivemos um bom momento relativo ao futebol profissional da cidade, com o Rio Claro FC conseguindo mais um acesso à elite do futebol do estado (vai jogar pela 4ª vez), atraindo uma atenção maior da mídia externa para a cidade, e também com o Velo Clube, que desde 2010 vem apresentando boas campanhas nas competições que disputa e possui plenas condições de almejar um retorno a elite o mais brevemente possível.
- Nosso basquete, apesar do baixo orçamento, vem colhendo resultados satisfatórios, como os 3 títulos conquistados pelo masculino no primeiro semestre deste ano, e o feminino, pela PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA, disputando a elite do Campeonato Paulista.
- O vôlei masculino, conquistando alguns títulos e ficando muito próximo de uma vaga na elite do Campeonato Estadual.
- A halterofilista Raíssa Annanda Godoy, de apenas 16 anos, vem conquistando títulos nacionais e internacionais em sua categoria, se tornando uma das maiores promessas do nosso esporte.
Já deu para perceber que motivos não faltam para o rio-clarense se orgulhar do esporte que tem né? Mas vamos voltar ao nosso assunto inicial e tentar entender o que acontece com a nossa cidade em termos de reconhecimento e o por quê ainda não foi mais longe.
Primeiramente, vamos falar a respeito do futebol profissional. Infelizmente, a falta de apoio que é observada ao longo dos últimos anos, tanto da iniciativa privada como da iniciativa pública, vem sendo um dos fatores primordiais para que os dois clubes ainda não tenham deslanchado e mantido uma regularidade nas principais divisões do estado. No caso da iniciativa privada, são empresários que chegam, montam sua estrutura, colhem alguns resultados e vão embora, não levando à frente uma continuidade do projeto. Em relação ao poder público, o trabalho poderia ser feito nas categorias de base dos clubes, oferecendo estruturas para que os mesmos desenvolvam seus garotos sem precisar recorrer à estruturas particulares ou parcerias com empresários obscuros, que entram, mandam, desmandam e fazem sua fortuna às custas do clube. Some-se a tudo isso um grave problema: a falta de apoio da Federação Paulista de Futebol, o que praticamente condena os clubes pequenos a recorrer, na maioria das vezes, a alguns dos métodos citados acima.
Com relação ao basquete e ao vôlei, percebemos que o investimento feito pelo poder público atingiu o objetivo de manter equipes de alto rendimento disputando campeonatos importantes a nível estadual e até nacional, inclusive com conquista de títulos, porém, FALTA UM RESULTADO EXPRESSIVO, condenando nossas equipes ao posto de "outsiders", ou seja, equipes que sempre disputam mas nunca almejam um título em uma competição de topo. Para isso, a solução seria entregar as equipes principais adultas ao investimento de patrocinadores e/ou parceiros. "Mas Léo, é complicado conseguir um patrocínio pelo menos razoável em um Brasil que pouco apoia o esporte" diriam alguns, porém, tenho uma visão diferente a respeito disso. A começar pela visão estratégica que o poder público poderia ter, em dividir funções e não centralizar a montagem e o planejamento única e exclusivamente na Secretaria de Esportes ou no secretário, ela seria responsável apenas por gerenciar o andamento dos projetos, que poderiam ser executados na prática por comissões independentes ao poder público em cada modalidade.Estas comissões seriam responsáveis por organizar e utilizar o investimento público única e exclusivamente nas categorias de base, cuidando de uma formação com excelência, deixando as equipes adultas principais como preocupação exclusiva para os patrocinadores ou parceiros; neste caso, os investimentos no time adulto seriam maiores, proporcionando grandes objetivos, e uma categoria de base fortíssima, sem onerar qualquer uma das partes.
Esses gastos com categorias de base poderiam ser utilizados também com os atletas amadores de nossa cidade, em termos de estrutura e local para treinamentos. É interessante o caso de atletas individuais amadores também pelo seguinte fator: falta de apoio de empresários, que no Brasil não enxergam possibilidade de retorno para suas marcas, embora eu tenha uma ideia diferente em relação a isso, onde o sucesso individual, por muitas vezes, associa o atleta em questão à marca, tornando-a bem vista e com grandes chances de retorno para seu marketing, principalmente devido ao carisma de alguns desses atletas. Em Rio Claro não é diferente, e por muitas vezes, perdemos atletas para outras cidades, principalmente para àquelas com grandes projetos esportivos.
Enfim, pode parecer complicado e risível pensar simples em uma situação como essa, mas, SIM, CREIO SER PERFEITAMENTE POSSÍVEL, basta as gestões se profissionalizarem, deixarem de pensar apenas no lucro pessoal ou institucional como se mais nada importasse na face da terra (fora a corrupção, que HOJE prefiro não comentar, pois é um assunto nojento, assim como o caráter de quem pratica), e também às preferências pessoais, que há muito tempo tem dinamitado a estrutura de esportes de muitos lugares por aí. Fica a dica para a nossa cidade, Rio Claro, promover esse pontapé inicial, e mandar para o espaço de vez o complexo de inferioridade com relação às outras cidades; temos material humano, potencial e capacidade de investimentos de sobra !
RAPIDINHA 1:
- A questão das arquibancadas do Schimidtão parece ter sido resolvida, finalmente, e haverá a licitação para saber qual empresa irá montá-las. A prefeitura se responsabilizou com a montagem e manutenção, enquanto o Rio Claro FC arcará com os custos. Fica mais uma vez a bronca com a FPF por essa exigência absurda de 15 mil lugares (parece ser mais importante do que segurança para eles) e uma dica para o poder público: demonstrar mais clareza em assuntos relacionados ao Rio Claro FC, assim a torcida não xinga, a Secretaria de Esportes não se estressa e todos ficam felizes.
RAPIDINHA 2:
- Particularmente, gostei do estilo do projeto do "novo Benitão", com gramado novo, colocação das proteções em acrílico e principalmente as novas cabines, que ficarão show de bola, coisa de primeiro nível, parabéns a todos por isso. Graças a Deus não corro mais o risco de ser perseguido por um grupo de abelhas que ficou de marcação em mim durante toda série A2 deste ano em nossa cabine.
RAPIDINHA 3:
- Sobre Fahel Júnior, novo treinador do Rio Claro, particularmente achei uma boa escolha. Passou pelo clube em 2012, teve seus méritos em livrar com certa folga o time do rebaixamento para a A3 na ocasião e também por fazer uma grande campanha na Primeira Fase da Copa Paulista. Quem acompanhou os treinamentos dele na época percebeu muita objetividade, clareza e conhecimento tático, bem melhor que muito técnico "renomado" que existe pelo interior. A torcida recebeu a notícia com certa ressalva, principalmente pelo técnico Paulo Roberto ter feito o que fez esse ano, porém, acredito em um grande trabalho do treinador.
RAPIDINHA 4:
- Alguns nomes que começam a circular no Velo Clube para 2014 deixaram o torcedor bastante animado, como o possível retorno do ídolo Fabinho, por exemplo. Vamos ver o que a dupla João Marcondelli/Carlos Rossi reserva para os próximos meses. Será que 2014 a equipe finalmente disputará o acesso?
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